2012年12月19日水曜日

A avaliação nas escolas japonesas

Peço desculpas aos leitores do nosso blog, pois ultimamente ando numa correria só e, apesar de ter vários posts na minha cabeça e no papel, ainda não consegui digitá-los.
 Estamos no final do 2º período nas escolas japonesas e, é uma correria só, com muitas reuniões com os pais, entrega de boletins, etc.Além disso, estou com uma viagem marcada para esta semana e ainda nem consegui fazer minha mala!
Mas, hoje, consegui um tempinho livre e vou falar um pouco sobre a avaliação nas escolas japonesas.
 Quem estudou no Brasil sempre passou pelo pesadelo da nota média, a qual em alguns colégio chega a ser até 8,0, bem como aquele momento tenso de ter que mostrar o boletim para os pais.
No Brasil, as avaliações são feitas através de notas, que são representadas por números. Na minha escola, eram escritos à mão e quando alguma nota estava abaixo da média, logo era escrita em vermelho pela professora. Lembro-me que teve uma época no 2º grau que eu estava de saco cheio da escola e comecei a tirar notas baixas em matemática, química e física e, no final do bimestre, minha mãe sempre me dizia:
 - Minha filha, será que você vai me trazer um boletim hemorrágico hoje?


  Para os pais brasileiros, a prova de que a criança está indo bem na escola é o boletim e as notas nele escritas. Mas, e quando não há boletim? Ou, e se no boletim não há notas?
 Bem, aqui no Japão, nas escolas primárias, eles usam este sistema, o qual, aliás é extremamente polêmico e problemático. Depois eu explico o porquê, mas primeiro, deixe-me explicar como é feita a avaliação nas escolas primárias aqui.
 Enquanto no Brasil a gente aprende que educação vem de casa, aqui no Japão educação se aprende na escola. Por isso você vê tantos japoneses se comportando da mesma forma. Não é que eles não tenham personalidade, mas, eles são adestrados assim na escola, desde bem pequenos. E, este comportamento é avaliado no dito boletim. O boletim em japonês é chamado de 通知表(tsuuchihyou), cuja tradução ao pé da letra é: Tabela de avisos. Vamos entender o porquê deste nome.
No boletim japonês, os professores escrevem várias coisas em relação ao aluno. Ao invés de ter o nome da matéria e do lado a nota dada pelo professor, se tem uma coluna relacionada a matérias e vários aspectos são avaliados. E, ao lado desses aspectos, uma avaliação que é feita pelos símbolos: ◎ ○ △.

A primeira, se chama nijyuumaru (círculo duplo) e é usada quando o aluno obteve uma ótima avaliação em determinado quesito. Seria uma versão do nosso Excelente ou Muito Bom. A segunda, se chamada maru (círculo) é quando o aluno esteve apenas bem, regular. Seria o nosso Bom, que algumas “tias” escreviam nos nossos boletins ou trabalhinhos quando éramos crianças. E, a última é o sankaku (triângulo), que seria algo como insuficiente ou fraco.
Então, como vocês podem ver, durante a escola primária, os boletins não vêm com uma nota específica.
Mas, eles não têm provas e testes? Os testes também não têm nota?
Bem, eles têm várias provas e testes. E, o professor escreve uma nota, sim. Porém, a soma destas notas não aparece no boletim em forma de número. Vamos dar um exemplo para vocês entenderem melhor:
Aluno A:
Matemática
1. É capaz de realizar operações matemáticas com rapidez. 
2. Demonstra interesse na aula ◎
3. É capaz de ler o enunciado e compreender o que é pedido nos problemas matemáticos.
Mais ou menos assim. Aliás, esta avaliação é bem parecida com a que os alunos estrangeiros recebem na escola. Eles até têm interesse nas aulas, conseguem fazer os cálculos de matemática, mas acabam tropeçando na parte que envolve leitura e intepretação de texto. Mas, esse problema não é exclusividade dos estrangeiros não, viu? Eu já trabalhei 2 meses auxiliando crianças japonesas com seus deveres de casa das férias (sim, eles têm dever de casa nas férias!) e, a maioria, apresentava enormes problemas nesta parte da interpretação dos problemas matemáticos.
 Mas, voltando ao assunto...as avaliações são feitas desta maneira. Isso, claro, é proposital e é para não causar a desmotivação nas crianças e nem acirrar a competição entre elas. Mais uma vez, entra a questão do Byoudou (igualdade), palavra que os japoneses amam na teoria e não sabem colocar na prática.
Sim, começamos a falar dos problemas que envolvem esta avaliação. Como ela é muito abstrata, o pai não consegue saber ao certo até onde seu filho entende a matéria. E, como no boletim a maioria das avaliações é em cima do comportamento e obediência das crianças, sempre parece que a criança está indo muito bem na escola.

Mas, aí é que começa o drama. Quando as crianças terminam o primário (shougakkou), elas são automaticamente admitidas no ginásio. Não há testes, provas...nada. E, no ginásio é que a coisa muda. Até então, após 6 anos consecutivos, a criança estava acostumada a fazer testes, mas sem muita preocupação com notas. Afinal, ela faziam tão bem a limpeza da escola e cumprimentava os professores em voz alta no corredor. Então, ela sempre tinha uma ótima avaliação em seu boletim. Seus pais, claro, viam muito futuro em seu filho.
Porém, esta criança entra no ginásio (Chuugakkou) e, de repente, ela começa a ser avaliada através de notas. Além disso, começa a ter seu nome escrito no mural da escola, onde é comparada o tempo inteiro com outros alunos e de repente, seu nome está em uma das posições mais baixas do ranking da escola.

Para completar, ela precisa de submeter a rígidas regras de comportamento e vestimenta. Enquanto os seus professores da escola primária eram até bonzinhos, estes de agora são a verdadeira imagem do carrasco, gritando e humilhando os alunos por onde quer que eles vão.
E o que acontece com esta criança? Isto aí, eu te conto no próximo post.Um abraço e até a próxima!!!

8 件のコメント:

  1. Nossa,realmente é muito diferente! Enquanto nas escolas japonesas os alunos,respeitam o professor, tem comportamento bom, no brasil é totalmente diferente. E esse negocio de colocar o nome dos alunos,ranking,na minha opinião eu acho que, sei lá, expõe muito o aluno. O aluno sabe que tem que se esforçar pra não tirar notas baixas, mas expor assim ai já é muito, digamos, "constrangedor"

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  2. Olá, Kirino!Obrigada pelo seu comentário!Eu estava de viagem e não tinha atualizado o blog durante mais de 1 mês. Só vi seu comentário hoje!É verdade, eu também não sou muito a favor desse negócio de ranking. Acho bem constrangedor não só para os alunos, mas para as famílias, também.Um abraço!

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    1. Ei, vê se não some querida, adoro seu blog! Continue sempre postando várias coisas, adoro saber mais sobre as escola japonesas, ou melhor, tudo sobre o japão! :)

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  3. Achei muito interessante, obrigado pelos detalhes. Mas tenho uma curiosidade. Queria saber a respeito das provas do ensino médio - Como são realizadas, horários, pontuação, etc. Tenho muita curiosidade, mas acho pouca matéria sobre. Sou um jovem escritor e queria dar esses detalhes no meu romance. Não sei quando receberei a resposta mesmo assim obrigado e continue com esse bom trabalho.

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  4. Achei muito interessante, obrigado pelos detalhes. Mas tenho uma curiosidade. Queria saber a respeito das provas do ensino médio - Como são realizadas, horários, pontuação, etc. Tenho muita curiosidade, mas acho pouca matéria sobre. Sou um jovem escritor e queria dar esses detalhes no meu romance. Não sei quando receberei a resposta mesmo assim obrigado e continue com esse bom trabalho.

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  5. A ÚNICA COISA QUE NÇAO CONCORDO NAS ESCOLAS JAPONESAS É NÃO PODER QUESTIONAR O PROFESSOR, OU SEJA SE O ALUNIO TIVER DÚVIDA, VAI CONTINUAR COM DPUVIDA

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